Um dia acordas e percebes que podia ter valido a pena, que apenas 5 minutos teriam sido suficientes e que nada mais é mais do que tens. Um dia sonhas voltar a sonhar com um sonho insignificante que era teu e já não é, que foi teu e não foi e que mesmo assim te escapou pelos dedos porque não o viveste. Sabias que duraria segundos e não o viveste, só não sabias que esses segundos seriam a eternidade. Um dia escreves e pensas ou pensas e escreves que poderias ter tido um sonho de uma eternidade em segundos e não o tiveste porque o viste e não o quiseste ver. E então sabes que escreves em vão, que todas as páginas foram em vão, e que a única que restar será a que realmente vale a pena.
Se uma noite não demorar dias nunca será uma noite, se adormecer e não pensar escrever sobre o que pensei não serei eu, se sonhar ter e não tiver então o sonho será em vão. E se pensarmos bem nada para além do nada é em vão, porque apenas o nada não pode ser recuperado.
Então um dia sonho que um sonho é um pensamento, que o que penso é escrito em segundos e que os segundos de eternidade serão meus se eu os quiser, e se não os quiser nesses segundos então demorarei anos para os recuperar se o conseguir fazer... Se voltarem a ser meus é porque nunca partiram, e esses anos serão nada. Mas se desaparecerem como o sonho que são nunca foram meus e nunca serão.
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